Até que ponto a sorte ou o azar influenciam? Na minha opinião, fruto de anos de observação, estes fatores existem e, sim, podem aumentar ou reduzir a nota de alguém. Ou seja, podem representar aprovação ou não em determinado certame. Contudo, a sorte não será o suficiente para alguém mal preparado passar, ou o azar o que impedirá alguém bem preparado de ser aprovado. O azar pode influenciar em um concurso ou outro, mas não acontecerá em todos.
O azar acontece quando, embora preparados, por algum motivo não rendemos o suficiente na hora da prova. Para você não depender do imponderável, da álea (sorte/azar), você precisa saber, por exemplo, o suficiente para tirar 8,0. Mesmo que caia o que você saiba menos, que o examinador seja rigoroso, que você não esteja num dia muito bom etc, você vai passar.
Tirando isso, é certo que você, se já souber 50, não vai dar azar sempre. Eu sempre pedi a Deus que me ajudasse, abençoando-me e protegendo-me do azar, do imponderável. E Deus ajuda a quem pede.
A Bíblia também diz para fazermos a nossa parte. Nossa parte é estudar o suficiente para ter conhecimento além da “conta do chá”. Outra coisa a fazer é treinar as técnicas para realizar provas, a fim de evitar queda de desempenho na hora do certame. Existe aquela velha máxima: “treino é treino, jogo é jogo”. Se os jogadores de futebol dizem que no jogo se rende mais, em concursos a tendência é que, no “jogo”, haja uma queda de rendimento. É por isso que existe o “dar um branco”, o ficar nervoso, o se enganar etc. O treino fará com que a queda de rendimento seja cada vez menor. Depois de algum tempo é possível ocorrer até mesmo um ganho de rendimento na hora da prova. Até porque, como todo mundo sabe, o melhor é o jogo.
O acaso tem alguma participação nas listas de aprovados. Quem não sabe nada nem a sorte pode ajudar, mas quem sabe um pouco às vezes dá sorte e passa logo. O que posso recomendar é: se a sorte ajudar, ótimo; se ela não ajudar, vença-a.
Um infortúnio pode atrapalhar, mas, se você for firme em seus propósitos superará o problema. Este infortúnio pode ser dentro do microcosmo da preparação (mudar a matéria, acidente no dia da prova etc) ou em sua vida pessoal, como doenças ou coisa parecida. Entre esses problemas podemos citar a depressão ou a afasia, um grande desânimo, ou a síndrome de Burnout. Com uma boa administração do tempo, exercícios físicos e disposição, estes problemas podem ser superados.
O fato é que o azar e a sorte fazem parte do jogo, não só dos concursos como também da vida. Para nos prepararmos para eles, não podemos ficar nos preocupando se aparecerão ou não. Devemos, sim, esperar o melhor e nos preparar para o pior, estarmos prevenidos e fazer nossa parte: estudo e persistência.
Desejo boa sorte a todos, mas não devemos ficar dependentes dela. Temos que estudar o programa todo, treinar muito e ir para a prova para gabaritá-la. Mirar as estrelas para acertar ao menos a lua, como já foi dito.
Para quem gosta de Bíblia, vale a pena citar Deuteronômio capítulo 18, Provérbios 10:22 e, por fim, Provérbios 21:31, que diz: "prepara-se o cavalo para o dia da batalha, mas do Senhor vem a vitória".
Eu não me preocupo se você terá alguns reveses. Felicidade não é o resultado das circunstâncias, mas como você administra as circunstâncias; não é o resultado do que acontece com você, mas o que você faz com o que acontece com você.
Desejando boa sorte e, mais que ela, boas e honradas batalhas, receba o abraço de seu colega concurseiro,
William Douglas
William Douglas é juiz federal, professor, "guru dos concursos", especialista em políticas públicas, www.williamdouglas.com.br
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