Confira o depoimento do Concurseiro Guerreiro Izaias Ferro Jr.:
Decidi estudar depois da realização do primeiro concurso para as serventias registrais e notariais em SP em 2001. Um pouco antes, havia começado a ministrar aulas de direito civil junto ao departamento de Direito da UNAES – Faculdades de Campo Grande/MS.
Fiz um concurso teste, pelo CESPE, com dois
meses de estudo e naturalmente vi o grau de dificuldade, e reprovei, mas não
achei tão difícil, direito civil, empresarial e registros públicos, tanto que
fiz em média 75% destas matérias (as outras matérias obtive percentual muito
baixo).
O segundo concurso que fiz, também pelo CESPE,
foi junto ao TJPE e já havia estudado por quase seis meses, mas sem muito
afinco. Passei, e muito bem. Fui classificado em 42 lugar em meio de 2000 de
poucos candidatos (muito para a época). A famosa Prova CESPE era muito temida à
época, e eu tinha passado na prova mais difícil, com notas excelentes. Minha
nota na prova escrita foi a segunda nota do concurso, pois caiu uma escritura
pública que eu tinha feito há pouco no meu trabalho. Sorte? Não, pelo
contrário.
Acontece, que o concurso foi em Pernambuco e
para variar, muitas ações foram interpostas e o concurso demorou seis anos para
acabar e chamar os candidatos.
Como eu sabia que demoraria muito para chamar, comecei a fazer outros.
Ai a história foi outra. Reprovei sete concursos em sequência.
Numa retrospectiva de minha vida, notei que eu trabalhava no cartório, ministrava aulas duas noites por semana, era diretor não remunerado de uma fundação privada e tentava estudar, ou seja, não estudava suficientemente para passar.
Analisando o fato depois de 12 anos. O fato de ter passado em um concurso com pouco tempo de estudo, o cérebro, inconscientemente analisa que, “se você estudou só seis meses e passou, não precisa estudar tanto para passar agora”. Ledo engano.
Como eu sabia que demoraria muito para chamar, comecei a fazer outros.
Ai a história foi outra. Reprovei sete concursos em sequência.
Numa retrospectiva de minha vida, notei que eu trabalhava no cartório, ministrava aulas duas noites por semana, era diretor não remunerado de uma fundação privada e tentava estudar, ou seja, não estudava suficientemente para passar.
Analisando o fato depois de 12 anos. O fato de ter passado em um concurso com pouco tempo de estudo, o cérebro, inconscientemente analisa que, “se você estudou só seis meses e passou, não precisa estudar tanto para passar agora”. Ledo engano.
Cada concurso é um concurso.
Nesta época, depois de sete fracassos, resolvi
parar de estudar para concurso e só trabalhar e ministrar minhas aulas no
período noturno.
A minha mulher quem meu força e foi fundamental
naquele momento. Nesta época tinha um filho e três enteados. Minha mulher disse
para “não desistir do meu sonho”. Me disse para parar de trabalhar tanto e
dedicar mais aos estudos. Ou seja, só me acordou para o que eu precisava fazer
e não enxergava e me apoiou integralmente.
Em 2005 passei em Rondônia, mal classificado,
pois não tinha lido que o edital informava que os títulos tinham que ser
entregues junto com a INSCRIÇÃO!!! Pasmem, títulos entregues junto à
Inscrição!!! Nunca mais isto aconteceu, por isso alerto, "leiam
atentamente o edital". Fiquei mal classificado, mas tudo bem, tinha
quebrado a barreira das seguidas reprovações.
Fiz em seguida a inscrição para Minas e São
Paulo.
As provas coincidiram no mesmo dia.
As provas coincidiram no mesmo dia.
Como já tinha reprovado duas vezes em SP,
decidi fazer a prova em Minas. Novamente minha mulher me disse para esquecer
Minas e fazer São Paulo (4º Concurso) e dois amigos também falaram a mesma
coisa, Joelcio Escobar e Aurélio Joaquim da Silva. Eu já tinha comprado
passagem, reservado hotel em Belo Horizonte, e desmarquei tudo e troquei as
passagens para SP. O Joelcio me ajudou muito, e até me levou para fazer a prova
da primeira fase, segunda e assistiu minha prova oral. É um irmão mais velho
para mim.
Passei em seguida, no Paraná, mas demoraram
muito para chamar e já tinha assumido o 1º RCPNIT de Lins. Desisti do Paraná.
Em seguida passei no 5º Concurso de SP e assumi Pirapozinho, minha atual
comarca.
Passei em seguida no 7º Concurso de SP (não fiz o 6º) em três listas e não assumi também. As serventias para escolha no 7º Concurso de SP eram mais rentáveis, mas preferi ficar no Cartório de Registros (R-Tudo) a voltar para o Notas que já havia trabalhado por quase 20 anos. O conhecimento de algo novo me atraiu mais que o dinheiro.
Passei em seguida no 7º Concurso de SP (não fiz o 6º) em três listas e não assumi também. As serventias para escolha no 7º Concurso de SP eram mais rentáveis, mas preferi ficar no Cartório de Registros (R-Tudo) a voltar para o Notas que já havia trabalhado por quase 20 anos. O conhecimento de algo novo me atraiu mais que o dinheiro.
Eu já tinha desistido de fazer concursos depois
disto.
Concurseiro é concurseiro e resolvi voltar
“ativa” e me inscrevi em quatro estados, DF, MT, BA e PR de novo. Reprovei DF e
passei nas primeiras fases dos outros três. Em MT fiz a segunda fase e passei
para a prova oral. Não fiz as outras fases, pois minha mulher me fez a seguinte
pergunta: Você está num Estado que sua atividade é mais valorizada no país, e
acha mesmo que, mesmo se ganhar mais, será tão bom quanto São Paulo? Refleti e
parei todos os concursos, pois nesta altura da minha vida, pensei novamente,
"dinheiro não é tudo".
Hoje, me dedico muito a atividade registral, ensinando e escrevendo, e ao meu trabalho como Registrador da Comarca de Pirapozinho que tive a honra em instalar e atualmente consome muito meu tempo. Realizamos muitas regularizações fundiárias urbanas e nossa função social é vista na prática pela população. Já foram regularizadas pela nossa equipe, mais de dois mil imóveis na comarca. O tema terras devolutas é tratado com muita seriedade por nossa equipe. Resolvemos muitas situações pelo estudo sério e pragmático da questão.
Exorto a todos que estudem. O Estudo é um forte fator de mobilidade social, democrático, e acessível a todos que tenham foco, persistência e mais ainda para alguns, como eu, obstinação.
Hoje, me dedico muito a atividade registral, ensinando e escrevendo, e ao meu trabalho como Registrador da Comarca de Pirapozinho que tive a honra em instalar e atualmente consome muito meu tempo. Realizamos muitas regularizações fundiárias urbanas e nossa função social é vista na prática pela população. Já foram regularizadas pela nossa equipe, mais de dois mil imóveis na comarca. O tema terras devolutas é tratado com muita seriedade por nossa equipe. Resolvemos muitas situações pelo estudo sério e pragmático da questão.
Exorto a todos que estudem. O Estudo é um forte fator de mobilidade social, democrático, e acessível a todos que tenham foco, persistência e mais ainda para alguns, como eu, obstinação.
Avante Guerreiros!
Excelente depoimento. Obrigado por dividir.
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