Até
que ponto a sorte ou o azar influenciam? Na minha opinião, fruto de anos de
observação, estes fatores existem e, sim, podem aumentar ou reduzir a nota
de alguém. Ou seja, podem representar aprovação ou não em determinado certame.
Contudo, a sorte não será o suficiente para alguém mal preparado passar, ou o
azar o que impedirá alguém bem preparado de ser aprovado. O azar pode
influenciar em um concurso ou outro, mas não acontecerá em todos.
O
prazo também tem íntima relação com a sorte e o azar, ou seja, com o
imponderável. É possível que estes fatores ajudem ou prejudiquem, residindo a
solução em uma preparação que torne menor a sua influência. A sorte consiste em
sair-se bem quando a probabilidade maior era contrária, e o azar, em ter algum
revés quando as probabilidades eram favoráveis.
Em
provas e concursos públicos, assim como na vida, existe uma margem de atuação
do imponderável, isto é, de circunstâncias aleatórias que influenciam os
acontecimentos. Se a pessoa sabe 100, que é o conhecimento que, em determinada
prova, é necessário para acertar metade da prova e passar, as
mensuráveisvariações do imponderável podem fazer com que sua nota varie de 3,5
a 6,5. Há uma margem de variação de 10 a 30% para cima e para baixo. É possível
que alguém saiba 40, dê sorte e passe, e outro saiba 60, dê azar e seja
reprovado.
O
azar acontece quando, embora preparados, por algum motivo não rendemos o
suficiente na hora da prova. Para você não depender do imponderável, da álea
(sorte/azar), você precisa saber, por exemplo, o suficiente para tirar 8,0.
Mesmo que caia o que você saiba menos, que o examinador seja rigoroso, que você
não esteja num dia muito bom etc, você vai passar.
Tirando
isso, é certo que você, se já souber 50, não vai dar azar sempre. Eu sempre
pedi a Deus que me ajudasse, abençoando-me e protegendo-me do azar, do
imponderável. E Deus ajuda a quem pede.
A
Bíblia também diz para fazermos a nossa parte. Nossa parte é estudar o
suficiente para ter conhecimento além da “conta do chá”. Outra coisa a fazer é
treinar as técnicas para realizar provas, a fim de evitar queda de desempenho
na hora do certame.Existe aquela velha máxima: “treino é treino, jogo é jogo”.
Se os jogadores de futebol dizem que no jogo se rende mais, em concursos a
tendência é que, no “jogo”, haja uma queda de rendimento. É por isso que existe
o “dar um branco”, o ficar nervoso, o se enganar etc. O treino fará com que a
queda de rendimento seja cada vez menor. Depois de algum tempo é possível
ocorrer até mesmo um ganho de rendimento na hora da prova. Até porque, como todo
mundo sabe, o melhor é o jogo.
O
acaso tem alguma participação nas listas de aprovados. Quem não sabe nada nem a
sorte pode ajudar, mas quem sabe um pouco às vezes dá sorte e passa logo. O que
posso recomendar é: se a sorte ajudar, ótimo; se ela não ajudar, vença-a.
Poucos
sabem que o outro lado da moeda, o azar, é um termo com conotação técnica. No
exame das provas no processo penal, chama-se azar o conjunto de fatores
aleatórios que eventualmente indicam como autor de um crime uma pessoa
inocente. Para o Aurélio, azar significa “fortuna adversa, revés, fatalidade,
infortúnio, casualidade, acaso, má sorte ou infelicidade constante em
acontecimentos fortuitos ou em tudo que se intenta”. Claro que eu desejo sorte
para meus alunos e amigos, mas o que desejo mais é que estejam bem preparados
para a prova, o que abrange a matéria do programa e as técnicas para realizar a
prova.
Um
infortúnio pode atrapalhar sua preparação ou a realização de uma prova, mas, se
você for firme em seus propósitos superará o problema. Este infortúnio pode ser
dentro do microcosmo da preparação (mudar a matéria, acidente no dia da prova
etc) ou em sua vida pessoal, com doenças em você ou em familiares, o
falecimento de alguém próximo, uma demissão, um divórcio ou coisa parecida.
Independentemente disso, a experiência mostra que muitos passam por reveses e,
por não desistirem, acabam conseguindo o que desejam.
Entre
os problemas que podem acontecer podemos citar a depressão ou a afasia, um grande
desânimo, ou a síndrome de Burnout. Com uma boa administração do tempo, exercícios
físicos e disposição, estes problemas podem ser superados.
O
fato é que o azar e a sorte fazem parte do jogo, não só dos concursos como
também da vida. Para nos prepararmos para eles, não podemos ficar nos
preocupando se aparecerão ou não. Devemos, sim, esperar o melhor e nos preparar
para o pior, estarmos prevenidos e fazer nossa parte: estudo e persistência.
Um
outro conceito de sorte diz que ela nada mais é do que a oportunidade de
encontrar alguém preparado. Esteja preparado que a oportunidade vai achar você.
Nesse passo, os vikings diziam que "a vitória e a derrota pertencem aos
deuses, alegremo-nos com a batalha". Sob certo aspecto, é o que nos cabe:
não ficar pensando em relação candidato/vaga, em fraude, em problemas... apenas
fazer nossa parte, nossa batalha é estudar e treinar.
Se
fizermos nossa parte venceremos, mais cedo ou mais tarde, até porque vamos nos
aperfeiçoando à medida em que lutamos. Desejo boa sorte a todos, mas não devemos
ficar dependentes dela. Temos que estudar o programa todo, treinar muito e ir
para a prova para gabaritá-la. Mirar as estrelas para acertar ao menos
a lua, como já foi dito.
Para
quem gosta de Bíblia, vale a pena citar Deuteronômio capítulo 18, Provérbios
10:22 e, por fim, Provérbios21:31, que diz: "prepara-se o cavalo para o
dia da batalha, mas do Senhor vem a vitória". Lembra um pouco a ideia
viking: lutemos apenas, deixemos o resto para o destino ou, para quem, como eu,
crê em Deus, para as decisões dEle.
A
história mostra que, com raras exceções, são os mais esforçados e persistentes,
os que lutam e aprendem enquanto o fazem, aqueles que comemoram a
vitória.
Eu
não me preocupo se você terá alguns reveses. Felicidade (sucesso, aprovação,
bons relacionamentos) não é o resultado das circunstâncias, mas como você
administra as circunstâncias; não é o resultado do que acontece com você, mas o
que você faz com o que acontece com você.
Desejando
boa sorte e, mais que ela, boas e honradas batalhas, receba o abraço de seu
colega concurseiro,
William
Douglas
Obs:
Estimulo você a visitar o site www.camisadoconcurso.com.br e a conhecer a campanha que montei
para valorizar o concurseiro e o servidor público. Igualmente, convido você a
se cadastrar no meu informativo gratuito, disponível no meu site.
William Douglas - juiz federal, professor, "guru dos concursos", especialista em políticas públicas, colunista do BLOG CONCURSEIRO GUERREIRO - www.williamdouglas.com.br
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