Existe um sábio ditado popular que diz: “treino é
treino, jogo é jogo”. No estudo para concurso público é a mesmíssima coisa. Não
importa se o candidato sabe tudo de Direito Administrativo ou Constitucional,
se dorme, acorda e sonha com qualquer disciplina, o que realmente importa é
estar preparado para o momento da prova. Ou seja, treinado para responder
questões com rapidez de raciocínio, saber administrar o tempo e,
principalmente, as emoções que causam os conhecidos “apagões” na memória,
trazendo muito desespero e desequilíbrio naquele momento tão importante. Isso
sem fala na terrível TPP (tensão pré-prova).
Porém, como quase tudo na vida existe uma solução,
para fazer uma prova tranquila e sem atrapalhadas existe o famoso “simulado”.
Simular é melhor forma de estar preparado para qualquer evento ou situação
inesperada como: desconhecer o estilo de cobrança das questões pela banca, se
perder durante deslocamento até o local da prova, esquecer o documento de identidade
e, até mesmo, a cor da caneta exigida (quem nunca viu ou passou por uma
dessas?). Enfim, são as facetas da vida de todo concurseiro.
Os simulados são muitos usados nos vestibulares, é
uma forma prática e eficiente de autoavaliação do candidato, tanto na questão
do tempo gasto nas resoluções das questões, como para avaliar em que matérias
ele precisa se dedicar mais. No entanto, observo que entre os concurseiros isso
não é uma prática muito comum, principalmente pela maioria dos preparatórios,
onde a preocupação é concentrada somente em algumas revisões rápidas e
geralmente realizadas no final do curso ou uma semana antes da prova. Entendo
que esse tipo de estratégia deva ser adotado pelo próprio candidato no dia a
dia do estudo individual (sozinho). Fica a dica na hora de escolher um curso
preparatório.
As vantagens para quem adota o hábito de simular a
realização da prova são incontáveis, entre algumas delas destaco:
- conhecer o estilo que a banca examinadora usa nas
provas como os tipos de questões (certo/errado ou múltipla escolha);
- ter a noção real do tempo gasto em cada matéria e
na marcação do cartão resposta, e com isso controlar a ansiedade, diminuindo o
estresse e o nervosismo,
- ter mais agilidade de raciocínio e atenção no
momento de ler cada questão, identificando as “pegadinhas” ou o que o
enunciando está pedindo nas alternativas (CORRETO/INCORRETO, EXCETO, NÃO,
APENAS...);
- identificar quais matérias errou ou acertou mais, e
usar esses dados para planejar melhor o estudo (aumentar ou diminuir o tempo em
cada matéria dependendo do nível de conhecimento);
- avaliar se a metodologia de estudo usada está
realmente funcionando ou se é o momento de mudar para outra;
Conclui-se, portanto, que essa é uma forma muito
simples e eficaz de avaliação, uma espécie de “termômetro”, para qualquer
candidato (inexperiente ou já tarimbado) acompanhar sua evolução em todas as
fases de preparação, além de ter uma visão bastante ampla de como funciona todo
o processo do concurso.
Para elaboração de um simulado não é necessário ter
prática e nem um grande conhecimento na área de concurso público, é bastante
simples e necessita apenas seguir os seguintes passos:
1 – Baixe na internet pelo menos cinco provas
recentes que você ainda não tenha resolvido e que sejam da mesma área do seu
concurso (fiscal, tribunais, banco, militar...) e da mesma organizadora (FCC,
CESPE, ESAF etc.);
2 – Observe como a banca distribui as questões por
matéria na prova. Exemplo de uma prova com 60 questões (TÉCNICO JUDICIÁRIO –
TRE-PE/2011 - FCC): 12 - Português, 04 – Informática, 04 – Arquivologia, 10 -
Direito Constitucional; 10 – Direito Constitucional, 10 – Direito Eleitoral, 10
– Administração (essa distribuição pode ser alterada em outras provas);
3 – Monte a prova, recortando e colando, ou usando um
editor de texto para classificar as questões na mesma sequência usada pela
banca. Para quem presta concurso de nível médio é bom incluir também a prova de
redação, pois as organizadoras estão cada vez mais exigindo esse tipo de
avaliação;
4 – Crie um cartão-resposta, o máximo parecido com o
modelo original. O importante é que simule precisamente o tempo gasto com a
marcação das alternativas;
5 – Escolha um local, de preferência, uma biblioteca,
pois o ambiente é praticamente igual aos locais usados para a prova: lugar com
muitas pessoas concentradas, espaço climatizado, boa iluminação e, sobretudo,
resguardado contra barulhos e interrupções. O horário deve ser o mesmo: manhã
ou tarde (8h às 12h ou 14h ás 18h). Se for possível convide alguns colegas;
6 – Faça tudo igual como manda o figurino, ou seja:
horário para começar e terminar, intervalo para ir ao banheiro, desligar o
celular, e não esquecer a água e o lanche;
7 – Finalizado o tempo, recolha todo o material e vá
embora. Depois com calma pegue o gabarito e veja como se saiu. Mesmo não sendo
algo oficial, o importante é ser honesto consigo mesmo, não pulando nenhuma das
etapas e usando os resultados para corrigir os erros.
RESUMO DA
ÓPERA – Simular faz parte da vida...
Quem nunca simulou o primeiro beijo, o que dizer no primeiro encontro, na
entrevista de emprego ou uma apresentação em público. Se você usar essa mesma
técnica para reproduzir fielmente o dia da prova, com todas as suas
características, tudo será mais calmo, mesmo que aconteçam os temidos
imprevistos. O importante é que você terá a vantagem de estar um passo à
frente, até mesmo dos candidatos mais preparados. Bons estudos e proveitosos
simulados!
“Tão
importante quanto estudar bastante para qualquer concurso público é ter uma
estratégia eficiente para antes e durante o dia da prova.” (Fontenele)
Fontenele é Analista de Redes Sociais, Colunista do Blog Concurseiro Solitário, Concurseiro e coautor do Livro – “100 Respostas do Concurseiro Solitário”.
Contatos:
Twitter: https://twitter.com/#!/fonteneleleal
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