segunda-feira, 23 de abril de 2012

A perda da chance de uma vida


Ao longo de vários anos acompanhando inúmeros estudantes, você acaba adquirindo uma habilidade muito curiosa: a de avaliar perfis de estudantes. E invariavelmente a margem de erro para aqueles que identifico como de rápido resultado, aprovação, não passa de 10%. Mas não precisa ser nenhum especialista para identificar essa capacidade.
O comportamento de muitos alunos é parte determinante desta análise, sendo claro que muitos deles possuem uma habilidade maior para determinados assuntos, ponto que deveria ser levado em consideração pelo próprio candidato na hora de escolher um concurso. Mas analisar somente o comportamento dele já traz respostas suficientes para nosso papo de hoje.
Muitos estão nas salas de aulas cumprindo tabela, o que é verdadeiramente um abuso da confiança dos pais, da família, dos amigos, já que todos esperam um resultado que represente a realização do sonho direto do estudante e indireto destes entes. A frustração de uma derrota abala mais aos entes queridos do que ao próprio estudante, que sabe que nada fez pelo seu resultado.
Mas o que almejo com esse encontro é dar um alerta a estes estudantes, dirigindo-me diretamente a eles:  vocês irão se arrepender. Quero elencar alguns argumentos aqui para demovê-los de sua inércia, de sua infinita capacidade de acreditar que Deus provê tudo na vida, de que de algum modo as coisas se ajustarão para você!
O primeiro deles é que você está lançando ao acaso a oportunidade de estudar, possibilidade que só um pequeno percentual da população do Brasil tem. Se for o ensino superior, o percentual cai ainda mais (no Brasil, pouco mais de 10% da população tem ensino superior). Em segundo, deixando de se preparar para um concurso público, você corre sérios riscos de, mais tarde, arrepender-se do tempo perdido, na típica lamentação dos derrotados... “ se eu tivesse...hoje eu seria....” . Não sendo, perdeu a chance de melhores oportunidades na vida, perdeu a chance de uma vida estável, de melhores salários, de garantias. Em terceiro, omitindo-se enquanto estudante, esgota também a oportunidade de ser um empreendedor ou um bom funcionário, já que nos anos de sua melhor produção intelectual, esteve escondido em uma sala de aula que não lhe rendeu qualquer fruto, já que a preparação para concursos públicos é muito específica.
Ou seja, quando você finge que estuda, perde a chance de uma vida, pegando emprestado do Direito Civil a expressão de designa a frustração de um projeto em função da interseção de um terceiro. Mas no seu caso, você é o agente de sua própria frustração e não tem a quem recorrer a não ser às suas próprias lamentações.
Façamos um pacto: dedique-se 1 ano com afinco e determinação aos estudos e avalie seu progresso. Mas o faça lançando mão de todos os recursos, tal como fazem os que identifico como grandes potenciais para a aprovação: comece com boas aulas, selecione as doutrinas que são mais indicadas para seu concurso, tenha um bom plano de estudos, dedique uma parte do tempo para o esporte, faça muitas provas e, se for o caso, leia a jurisprudência.
Torne-se o “xiita” dos concursos (leia o perfil no artigo anterior) por um ano. Se ao cabo o resultado não lhe parecer razoavelmente viável, pare para fazer uma análise pessoal da situação. Estando tudo de acordo com seu plano de voo, emplaque mais o tempo que for necessário para sua aprovação, já que não existe erro na fala do guru dos concursos, William Douglas “ Concurso não se faz para passar, se faz até passar”. Bons estudos!

Leonardo Pereira, advogado e diretor do Instituto IOB, preparatório para concursos

Oferecimento: http://www.iob.com.br/

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