Atualmente, posso dizer que tenho uma boa base em matemática. Dificilmente encontro alguma questão desse assunto que não consiga resolver. O mesmo posso dizer de inglês: é pouco provável que surja algum texto que não consiga interpretar corretamente. Em contrapartida, não possuo a mesma base em geografia, história ou biologia.
Todos nós somos assim: existem assuntos que dominamos bastante e assuntos que não sabemos muito bem. Infelizmente, nunca surgirá um concurso ou vestibular onde caia apenas matérias que você domina. Desse modo, como conseguir uma base sólida em todas as matérias?
O mito da matéria enorme
“Mas a matéria é enorme!”
Você certamente já ouviu essa frase antes! Talvez, você mesmo tenha dito essa frase inúmeras vezes. O que torna uma matéria enorme?
Imagine que você fará uma prova envolvendo “apenas” um tema: equações de primeiro grau. Se você souber matemática básica, você classificará essa matéria como pequena. Assim, para se preparar, bastará que você faça alguns exercícios para se preparar.
Agora, imagine que você não saiba nada de matemática, desconhecendo por completo até mesmo a tabuada. Nesse caso, a matéria “equações de primeiro grau” seria enorme. Observe que o conceito “matéria enorme” é completamente relativo.
Pense um pouco nos concursos mais disputados. Ao contrário do que se imagina, não são concursos com “matéria enorme”. Aliás, caso existisse alguma “matéria enorme”, ninguém seria aprovado em tais provas. O que acontece é que, geralmente, os alunos não abordam a matéria desses concursos corretamente. Em vez de criarem uma boa base, ficam constantemente recomeçando do zero.
“Há 5 anos comecei a estudar pra concursos”.
Compreendo que concursos devem ser um projeto a médio prazo, levando ao menos 2 anos de investimento de tempo, suor e dedicação. Também compreendo que o mesmo investimento deve ser feito para ser passar em vestibulares concorridíssimos como medicina, direito ou engenharia nas faculdades federais. No entanto, a maioria das pessoas não está se preparando corretamente. Muitos dizem estar estudando há 5 anos, quando, na verdade, estão apenas repetindo a mesma estratégia equivocada de estudo por anos e anos.
Escolhendo uma estratégia eficiente
De acordo com a base que você possui, você precisa utilizar uma técnica diferente. Geralmente, os alunos de concursos e vestibulares têm o seguinte pensamento: conseguir ver toda a matéria até o dia da prova. No entanto, essa abordagem pode ser inadequada de acordo com o contexto.
a) Suponha que você já tem um enorme conhecimento sobre todas as matérias. Nesse caso, o ideal é montar uma grade de estudo diária, de forma que todo o assunto do edital seja revisado em até 1/3 do tempo disponível até a prova. O resto do tempo deverá ser para a resolução de provas antigas das diversas matérias.
b) Suponha que você tem um conhecimento altíssimo em quase todas as matérias, com exceção de 1 ou 2. Nesse caso, basta que você se programe para aprender essas matérias em no máximo 1/3 do tempo que você possuir disponível. Mais uma vez, utilize o resto do tempo disponível para exercícios e simulados.
c) Suponha que você está começando a estudar pra concurso e não possui base necessária. Nesse caso, seu projeto é pra no mínimo 2 anos (mínimo! pode ser 2, 3, 4 ou até mesmo 10, de acordo com outras variáveis envolvidas). Nessas condições, sou contra a abordagem de estudar todas as matérias de uma vez. O melhor é escolher o mínimo de matérias (1 a 3), até ficar bom nelas. Quando ficar bom nelas, estude mais um pouco. Estude até chegar no momento em que você dificilmente errará uma questão desses assuntos. Nesse ponto, escolha outras 3 matérias e faça o mesmo.
Finalmente, pode passar a usar as estratégias a) e b).
Infelizmente, os alunos não compreendem os efeitos da curva do esquecimento (curva de Ebbinghaus).
Durante a aprendizagem de novos assuntos, as revisões são fundamentais. Se elas não forem feitas de maneira sistemática, acontecerá um fato extremamente frequente: a cada edital, o aluno tem a impressão de que está estudando do zero.
Alunos de exatas
Caso você não saiba nada de exatas, ao contrário do que você imagina, existe uma solução! Adquira uma coleção inteira de livros de matemática do ensino fundamental(5º ano, 6º ano, 7º ano, 8º ano e 9º ano). Com paciência e determinação, estude a matéria desde o primeiro volume, resolvendo TODOS os exercícios. Ao finalizar o primeiro volume, parta para o segundo e faça-o completamente. Ao terminar, continue com os próximos volumes até conseguir terminar todos eles.
Infelizmente, as apostilas de matemática para concursos e vestibulares costumam ser extremamente resumidas. Além disso, o volume de exercícios, para cada tópico abordado, costumam ser muito reduzidos. Por exemplo, imagine que você tem dúvidas sobre soma e subtração de frações. Ao estudar em um livro do 5º ano, você encontrará dezenas de exercícios sobre o tema. Em contrapartida, uma apostila de concursos ou vestibulares, dificilmente teria mais de 5 exercícios sobre esse tema.
Resolver provas antigas
Após atingir uma boa base, bastará que você foque na resolução de provas antigas. Geralmente, as bancas criadoras das questões costumam repetir sistematicamente as questões referentes aos assuntos do edital.
Boa sorte nas provas!!!
Linda texto do Alberto Dell'Isola! Parabéns Evandro, por este trabalho magnifico que você faz em pró dos Concurseiros... Na minha sala de aula todos amamos você... Assim como o "AVANTE GUERREIRO"... Beijosss...
ResponderExcluirLETÍCIA - RIO DE JANEIRO-RJ