Se você não leu o artigo (Caso Encerrado I) do dia 14 de maio, leia,
pois a de hoje é sua continuação e fechamento. O tema é sobre a utilidade de se
dar um “caso” por “encerrado”.
Vamos começar
pelos casos pessoais: Separações, prejuízos, falências, traições, doença e
morte são fatos corriqueiros da vida. Por mais dolorosos que seja, e são, seria
imaturidade esperar que passaríamos pela vida sem sermos alcançados por esses
acontecimentos. Eles simplesmente fazem parte da vida. Todo mundo passa por
isso.
É preciso se
lembrar que o melhor conceito de felicidade lembra que ela não decorre das
circunstâncias, mas da nossa atitude diante das circunstâncias. Se você passou
por situações como essa, lamento, mas... bem-vindo ao planeta, à realidade.
Fui traído
muitas vezes, quebrei negócios por culpa minha, por culpa de sócios, por culpa
do governo, minha mãe morreu de câncer, não realizei muitos de meus sonhos...
é, eu também coleciono revezes. E você? Mas sei que ficar parado se lamentando
não adianta, é preciso, como se diz, “levantar, sacudir a poeira e seguir em
frente”. Em resumo, amigo, não adianta ficar se lamentando ou “chorando sobre o
leite derramado”.
No caso das
provas, todos os exemplos dados na semana passada fazem parte do chamado
“sistema do concurso público”. Por mais que a Administração Pública, o MP, O
Judiciário, a Imprensa, a sociedade procure melhorar o sistema, sempre haverá
falhas. A solução sempre é continuar estudando, fazendo as provas, se
aperfeiçoando e seguindo em frente. Sempre haverá vaga para quem faz isso, para
quem “fica na fila”, para quem faz sua parte.
Em meu livro
“A Arte da Guerra para Provas e Concursos” digo que “o único concurso onde você
não pode ser reprovado é o último que você for fazer”, em um dos meus mantras
reforço ainda que “concurso não se faz para passar, mas até passar”, e que “a
dor é temporária, mas o cargo é para sempre”.
No caso dos
concursos adiados, por exemplo, serão beneficiados os que, não se deixando
desestimular, continuarem estudando com seriedade e regularidade. Quando o
concurso chegar eles serão os que estarão mais bem preparados, lá na frente da
“fila”.
As reprovações
e até mesmo algumas injustiças fazem parte do percurso dos concursos públicos.
A aprovação, nomeação e posse para quem for até o fim, idem. O que se deve
fazer no caso de uma decepção – uma eventual reprovação ou uma classificação
ruim – é encerrar este capítulo e continuar os estudos. Da prova passada leve
apenas a experiência para a próxima! Deixe de lado a frustração e o desânimo.
Não desperdice
energia emocional, psíquica, com o que já passou e não volta mais. Para sua
vida melhorar, junte o que tem hoje (no agora, não no ontem) e vá em direção ao
futuro.
Aprenda com o
passado, seja grato por ele e também pelo que tem hoje. Todas as perdas e
dificuldades são grandes professores que podem ensinar como agir melhor no
futuro.
A vida “é como
um vapor que aparece por um pouco e logo desaparece”. Por isso mesmo, crie um
carimbo mental de “caso encerrado” para usar quando for necessário. Eu não sei
onde você precisa bater esse carimbo... mas você sabe.
Encerre alguns
“casos” para ter tempo e energia para cuidar da sua vida e do seu futuro.
Vou citar mais
um pouco do livro:
“ ‘Agora, há uma coisa engraçada com essa idéia de
encerrar o caso. Quando você está em um tribunal e em algum momento o juiz diz
‘caso encerrado’, isso não significa que o caso deixa de existir. Ainda
existirá um registro dele nos livros. Mas o que irá acontecer é que não
continuaremos tratando desse caso especificamente. Encerrado não significa que
todas as partes envolvidas concordem com a resolução. Tampouco significa que
não ocorreu um crime.’ Quando o juiz encerra o caso, é porque não haverá mais
processo a partir desse ponto. ‘Acabou’, insistiu ela.
Queremos construir visando ao sucesso
ou persistir no conflito? Em qual dessas escolhas as pessoas
extraordinariamente bem-sucedidas investem no longo prazo? Será que elas passam
seus dias comprometidas a criar conflitos feitos para durar, ou um sucesso
feito para durar? Quando nos dispomos a deixar algo para trás, o ciclo é
quebrado e ganhamos a liberdade. Caso encerrado.
‘O que isso
exige, na maior parte das vezes, é que deixemos para lá a história do que
aconteceu e nossa ligação com ela. De fato, quando deixamos tudo para rãs,
partimos livres para o futuro. Compreendemos que somos maiores do que aquilo
que nos aconteceu’, sustenta a reverenda.”
Se você tiver
alguma situação na qual essa conversa for aplicável ou útil, por favor escreva
para mim. Não publico historias de ninguém sem autorização, não se preocupe.
Quem quiser compartilhar suas experiências, avise; quem não quiser, eu manterei
sigilo, lerei o que for escrito e estarei orando para que Deus te abençoe.
Utilize o meu site ou minha comunidade no Orkut, ok?
Em conclusão, ao criar o carimbo mental do “caso encerrado” e
utilizá-lo, você estará se ajudando. Como aponto em meu livro “Como Passar em
Provas e Concursos”, você deve aproveitar seu aliados, afinal, ninguém vence
sozinho. E o seu principal aliado é você mesmo! Conhecer-se é fundamental para
adequar-se à rotina de estudos. Muitas vezes, será preciso abrir mão de festas,
hábitos e excesso de contato com amigos, o que também pode ser uma hipótese de
“dar casos por encerrado”. Tenha um limite saudável para o lazer e o que passar
disso é ... “caso encerrado”.
Se quiser, converse abertamente com seu cônjuge e/ou sua família
sobre seus planos, sobre como o apoio deles pode ser importante para você. Além
disso, encerre alguns assuntos e toque a vida para frente.
O budismo cita o
princípio do vácuo, onde é preciso criar espaço para que coisas novas surjam.
Para isso, é preciso jogar fora aquilo que é “velho”. A Bíblia também usa uma
metáfora, a das roupas: “quanto ao trato passado, vos despojeis do velho
homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; E vos renoveis no
espírito da vossa mente; E vos revistais do novo homem (...)” (Efésios
4:22-24). Jesus chegou a dizer que não se coloca vinho novo em odres velhos. Um
novo tempo precisa de um novo espaço, roupa, acondicionamento, atitude.
Sugiro, portanto, como
fiz semana passada, que você crie espaço para as coisas novas, que se liberte
do passado e comece a apreciar melhor o presente e a semear melhor o futuro. O
carimbo de “caso encerrado” não deve tirar o “caso encerrado” do seu arquivo de
vida e de aprendizado, mas pelo menos o tira da mesa de trabalho. É como uma
carga que você deixa de levar sobre seus ombros.
Limpe a “mesa”, fique
mais leve e boa sorte, sempre.
Com abraço,
William Douglas
*William Douglas é juiz federal, professor universitário, palestrante e autor de mais de 30 obras, dentre elas o best-seller “Como passar em provas e concursos” – www.williamdouglas.com.br.
Oferecimento:
Muitooooo bom, adoro os textos do William! ;)
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