Anthony Robbins , em sua Obra “Desperte o gigante interior” demonstrou que fazer perguntas a si mesmo ajuda-nos a encontrar as respostas, senão vejamos no trecho abaixo:
“Eles não precisavam de uma razão. Foram até lá apenas porque ele era de descendência judia. Os nazistas invadiram sua casa, prenderam-no e a toda sua família. Foram conduzidos como gado, embarcados num trem, e enviados para o infame campo de extermínio de Auschwitz. Seus pesadelos mais terríveis nunca poderiam prepará-lo para ver toda a família fuzilada diante de seus olhos. Como poderia sobreviver ao horror de ver as roupas do filho em outra criança, porque o filho morrera em decorrência de um “banho de chuveiro”? Mas, de alguma forma, ele continuou. Um dia, contemplou o pesadelo ao seu redor, e confrontou uma verdade inevitável: se permanecesse ali por mais um dia sequer, também morreria. Tomou a decisão de que precisava escapar, e de que a fuga devia ocorrer imediatamente! Não sabia como, apenas sabia que tinha de escapar. Durante semanas, perguntara aos outros prisioneiros: “Como posso escapar deste lugar horrível?” As respostas pareciam ser sempre a mesma: “Não seja tolo! Não há escapatória! Formular tal pergunta só servirá para torturar sua alma. Limite-se a trabalhar com afinco, e rezar para sobreviver.” Mas ele não podia aceitar isso – e não aceitaria! Tornou-se obcecado pela idéia de fugir, e mesmo quando as respostas não faziam qualquer sentido, continuou a se perguntar, muitas e muitas vezes: “Como posso fugir? Tem de haver um meio. Como posso sair daqui, vivo, saudável, hoje?”
Dizem que quem pede, receberá. E por algum motivo, naquele dia ele obteve sua resposta. Talvez fosse a intensidade com que formulou a pergunta, ou talvez fosse o seu senso de certeza de que “agora chegou o momento”. Ou talvez fosse apenas o impacto de focalizar de forma incessante a resposta a uma pergunta veemente.
Seja qual for o motivo, o poder gigantesco da mente e espírito humano despertou naquele homem. A resposta surgiu através de uma fonte improvável: o cheiro repulsivo de carne humana em decomposição.
A poucos passos do lugar em que trabalhava, ele viu uma enorme pilha de cadáveres, na traseira de um caminhão - homens, mulheres e crianças que haviam sido retirados da câmara de gás. As obturações de ouro já tinham sido arrancadas dos dentes; tudo o que possuíam - quaisquer jóias, até mesmo as roupas - fora retirado. Em vez de perguntar “Como os nazistas podem ser tão infames, tão destrutivos? Como Deus pode permitir uma coisa tão monstruosa? Por que Deus fez isso comigo?”, Stanislaw Lec fez uma pergunta diferente. Perguntou: “Como posso usar isso para escapar?” E, no mesmo instante, ele obteve a resposta.
Ao final do dia, quando o grupo de trabalho voltava para os alojamentos, Lec escondeu-se atrás do caminhão. Numa fração de segundo, quando ninguém olhava, tirou as roupas, e se meteu na pilha de cadáveres. Fingiu que estava morto, permanecendo absolutamente imóvel, mesmo quando mais tarde foi quase esmagado, ao jogarem mais cadáveres por cima dele.
O cheiro fétido de carne em decomposição o envolvia por completo. Ele esperou e esperou, torcendo para que ninguém percebesse que havia um corpo vivo naquela pilha da morte, torcendo para que mais cedo ou mais tarde o caminhão saísse dali. Ouviu finalmente o som do motor do caminhão sendo ligado. Sentiu o caminhão estremecer. E naquele momento, no meio dos mortos, sentiu um brilho de esperança.
Depois de algum tempo, o caminhão parou com um solavanco, e despejou sua macabra carga - dezenas de mortos, e um homem vivo fingindo ser um cadáver - numa enorme cova, aberta fora do campo de extermínio. Lec permaneceu ali por horas, até o anoitecer. Quando teve certeza de que não havia ninguém por perto, saiu da montanha de cadáveres, e correu nú por setenta quilômetros, até alcançar a liberdade.
Qual era a diferença entre Stanislaw Lec e tantos outros que pereceram nos campos de concentração? Claro que houve muitos fatores, mas uma diferença crítica foi o fato de ele formular uma pergunta diferente. Perguntou com persistência, perguntou com a expectativa de receber uma resposta, e seu cérebro ofereceu uma resposta que lhe salvou a vida.
As perguntas que ele se fez naquele dia em Auschwitz levaram-no a tomar decisões em frações de segundo, produzindo ações que tiveram um impacto significativo em seu destino. Mas antes que ele pudesse obter a resposta, tomar as decisões, e entrar em ação, teve de formular para si mesmo as perguntas certas.”
O hábito de fazer perguntas atrai as respostas. Ter receio ou medo de perguntar é desperdício. Por isso, pergunte às pessoas o que quer saber, e a si mesmo para obter a solução de algo.
Trecho extraído do Livro “Você, o senhor do destino”, J. E. Leite apud Robbins. Anthony, Desperte o gigante interior, trad. HAROLDO NETTO e PINHEIRO DE LEMOS, pg. 230-232.
Edivanio Leite - (Escritor, associado à Associação Internacional de Escritores e Artistas Plásticos - LITERARTE e advogado, sócio honorário da Academia Brasileira de Direito Processual Civil - ABDPC).
Acesse o Blog do Edivanio Leite: http://blogedivanioleite.blogspot.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário