Qual será a postura mais adequada por parte do candidato: executar a preparação para o concurso público de forma reservada e sigilosa ou não ocultar e divulgar o envolvimento no presente projeto? Alguns candidatos a concursos públicos não fazem qualquer questão de omitir que estão envolvidos nesta empreitada. Inclusive, na realidade, estes fazem até questão de divulgar nos círculos familiares e de amizade. Já outros fazem de tudo para que não se saiba que estão na trajetória de preparação. E tais atitudes podem ser adotadas de forma refletida e avaliada ou não.
O objetivo do presente texto consiste exatamente na abordagem deste assunto, o qual pode não ser considerado por muitos, mas grande importância e significativas repercussões.
Para começar a reflexão, vamos às possibilidades e variáveis envolvidas, em termos devantagens e desvantagens.
Divulgar ou não ocultar o fato de estar se preparando para o concurso pode ter uma série de motivos, os quais podem ser considerados de forma consciente ou não. Tal atitude pode ser adotada de modo a prestar uma satisfação às pessoas à volta do candidato, no sentido demostrar que está comprometido, envolvido e envidando esforços em busca de determinado objetivo. Para aqueles que estão exclusivamente se dedicando ao concurso, por vezes se trata de uma atitude necessária e natural, inclusive no sentido de prestar contas, diante da falta de ocupação de natureza tipicamente profissional.
Outro motivo considerado consiste na busca de estímulos externos e incentivos. Não se pode negar que manifestações de apoio, sendo sinceras, incentivadoras e positivas, são relevantes. Podem redundar inclusive num elemento motivacional.
Outra possibilidade, nem sempre assumida, seria um tipo de exercício de ostentação, como se fosse uma vantagem, por vezes associada à atitude de se colocar como se já tivesse passado. Traduzindo, existem candidatos que revelam a condição de candidato, como se já fossem titulares do cargo e promovendo tal manifestação em tom de ostentação, isto é, o candidato diz “estou fazendo concurso para o cargo de…”, mas querendo dizer “serei ocupante do cargo de…”. E para piorar, por vezes tal colocação vem com uma dose de arrogância, soberba e exercício de vaidade intelectual. Já vi muito isto.
Portanto, existem motivos mais ou menos louváveis que levam à atitude de não ocultar o envolvimento na preparação para o concurso público.
Já quanto à atitude de ocultar, o primeiro fator relevante consiste em evitar as cobranças externas. Pensando na lógica da psicologia do comportamento, baseada na noção de estímulo/resposta, não tenho dúvida de que o fato ou a possibilidade do fato de ser cobrado quanto a resultados se traduz em verdadeiro estímulo negativo.
Faça um exercício de imaginação e tente comparar uma situação na qual você entra no local de provas sabendo que há um exército de parentes e amigos irão lhe perguntar como foi ou consultar na internet o resultado do concurso. Já na outra situação, não há absolutamente ninguém que sabe que você esta fazendo prova. Inclusive, para incrementar ainda mais o cenário, imagine que você está fazendo prova numa cidade que não é a sua e não há ninguém que lhe conhece, sendo que seus amigos e parentes imaginam que você fez uma viagem a lazer.
Em qual das duas situações se sentirá melhor, inclusive para fazer a prova, bem como na conferencia do gabarito? Na primeira ou na segunda?
Conceitualmente, refletindo sobre o primeiro cenário, no qual várias pessoas próximas, em relação às quais se atribui relevância às opiniões, as quais estão a cobrar ou aguardar resultados, há um estímulo potencialmente negativo, correspondente à cobrança, que se traduz em pressão e expectativas.
Se o resultado da prova não for a aprovação, o fato desta quantidade expressiva de pessoas terem conhecimento tende a potencializar ainda mais a negatividade do estímulo. Talvez possa ser mensurado multiplicando pela quantidade de pessoas. E acrescente a esta equação, como uma variável de ponderação para aumentar o resultado, a importância que damos à opinião destas pessoas, o que inclusive tem relação com a lógica da imagem que procuramos manter e construir perante as mesmas.
Considerando tais premissas, ou seja, a possibilidade do resultado frustrante agregado à potencialização negativa, o tema relacionado a qual atitude tomar, em termos de divulgação ou ocultação da condição de candidato a concursos públicos, não pode ser tratado de forma neutra. Inclusive pela real possibilidade de que a divulgação gere um desnecessário fator de dificuldade e de geração de desconforto no momento da prova.
Assim, revelar às pessoas que está estudando para o concurso gera um preço. A questão équal o seu tamanho, o que pode variar, objetivamente, conforme as circunstâncias, bem como, subjetivamente, diante da estrutura psicológica e emocional do candidato.
E tudo isto precisa ser avaliado, considerado, mensurado e calculado.
Para o caso de considerar que a ocultação da execução da preparação para o concurso público impede o estabelecimento de parcerias com outros candidatos, sugiro a leitura do texto no qual o tema foi abordado de forma específica (clique aqui para ler Estudar Solitariamente ou Acompanhado?).
De qualquer forma, o fato de dividir com alguns candidatos o envolvimento na preparação para concursos não significa ter que divulgar e tornar público isto entre os amigos e familiares.
E tais avaliações também passam pela forma de encarar e compreender o processo de preparação para o concurso.
Tenho sustentado reiteradamente a importância de trabalhar a forma de encarar a preparação para o concurso, procurando dar leveza ao presente contexto. Muitos candidatos adotam postulas e atitudes que acabam por gerar um peso maior e uma carga emocional desnecessária ao contexto do concurso. As conversas e atitudes nas rodinhas que se formam nos finais de prova refletem o que quero dizer. Não faltam pessoas que estão muito mais interessas em saber no que erramos, exaltando tal situação, do que, efetivamente, buscar as respostas e entender a prova. Trata-se do famigerado “concurseiro espírito de porco” – com todo respeito aos porcos, pobres animaizinhos que não contam com um pingo de maldade.
Neste sentido, merecem destaque dois conceitos fundamentais, os quais envolvem idéia detrabalhar o prazer em aprender (clique aqui para ler Preparação para Concursos e Prazer em Aprender) e a lógica do foco no processo (clique aqui para ler Preparação para Concursos e Foco no Processo).
Mas concluindo, avalie com muito cuidado e seriedade a atitude mais adequada. Avalie os custos e benefícios dos caminhos da discrição ou da divulgação. E assim, tome uma decisão eficiente, a qual lhe faça sentir bem e traga resultados.
FONTE:
http://www.concursospublicos.pro.br
Prof. Rogerio Neiva:
- Juiz do Trabalho desde 2002
- Procurador de Estado de junho de 1999 a agosto de 2000
- Advogado da União (AGU) de março de 2001 a agosto de 2002
- Professor Universitário (graduação) – desde de 2000
- Professor de Cursos Preparatórios para Concursos – desde 2000
- Pisocopedagogo com pós graduação latu sensu em psicopedagogia clínica e institucional
- Pós Graduado latu sensu em Direito Público – UDF
- Pós Graduado em Administração Financeira – FGV
- Pós Graduando em Neuroaprendizagem
- Desenvolve orientação voltada à preparação para concursos públicos, a partir de abordagem empírica e científica, trabalhando com três eixos conceituais: Planejamento, Aprendizagem e Gestão Emocional
- Vice-Coordenador da Escola da Magistratura do Trabalho da 10ª Região – Gestão 2005/2007 e 2009/2011
- Membro da Comissão do Conselho Nacional de Justiça instituída para estudos sobre a Emenda Constitucional 62
- Criador do SISTEMA TUCTOR
Autor dos Livros:
- “Como se preparar para Concursos Públicos com Alto Rendimento “; Ed Método; 2010;
- “Concursos Públicos e Exames Oficiais: Preparação Estratégica, Eficiente e Racional”; Ed Atlas; 2009;
- “Temas de Direito do Trabalho aplicado à Administração Pública e a Fazenda Pública no Processo do Trabalho”; Ed Fortium, 2005;
Os nobres Guerreiros, poderão deixar perguntas em comentários aqui no "BLOG CONCURSEIRO GUERREIRO" ou se preferirem podem envia-las para o e-mail: concurseiroguerreiro@hotmail.com - destas selecionaremos uma para produção de um texto escrito pelo próprio Dr. Rogerio Neiva. Avante Guerreiros! DEUS É GRANDE!
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