sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Depoimento do Aprovado: Juíza Rita Manzarra


Nome: Maria Rita Manzarra de Moura Garcia
Cargo: Juíza do Trabalho Substituta da 21ª Região (RN)
Idade: 30 anos
Estado civil atual: solteira.
Cidade onde mora/lotação: Resido em Natal e desde o início do ano fui designada para atuar, nesta capital, como Juíza Coordenadora da Central de Apoio à Execução – CAEX e Juíza Auxiliar do Setor de Precatórios.
Cidade de origem: São Paulo – SP.
Data da Posse: 20.10.2006 .
Cargos ocupados anteriormente: Procuradora do Estado da Paraíba, nos anos de 2005 e 2006.
Formação: Graduada em Direito (1999/2003) pela Universidade de Fortaleza e pós graduada (especialista) em processo penal, processo do trabalho e direito do trabalho.
Concursos aprovados anteriormente: Procurador do Município de Maracanaú-CE, advogado da Infraero, Procurador do Estado da PB.
Data de aprovação no cargo atual: A aprovação ocorreu no ano de 2006, mas não sei precisar o mês.
Quando começou a se preparar para o concurso atual: Colei grau no meio do ano de 2003, com 21 anos e, naquela oportunidade, ainda não sabia ao certo o que queria.  Decidi focar primeiramente o exame da OAB e parti para um estudo “horizontal” das matérias, utilizando livros mais simples e não aprofundando muito as matérias. Após a aprovação, decidi, no início de 2004, a estudar para concurso público, focando inicialmente a carreira do Ministério Público.
Fiz o primeiro concurso, do MP-RN e perdi na penúltima fase. Fiquei bastante desiludida com Direito Penal (errei a capitulação do crime na denúncia) e resolvi tentar outro concurso que não priorizasse tanto o estudo dessa matéria. Meses depois dessa reprovação, prestei concurso para Procurador do Estado da Paraíba. Estudava bastante, cheguei a estudar onze horas por dia, de segunda a sexta e, aos fins de semana, umas três horas, no máximo, em cada dia.
Quando fui aprovada na primeira fase da PGE-PB, estava trabalhando em um escritório de advocacia, no qual permaneci por apenas um mês, pois senti necessidade de mais tempo de estudo para me preparar para a segunda e terceira fase do concurso. Logrei aprovação em quinto lugar e após um ano e meio de exercício da profissão resolvi retomar os estudos e tentar a magistratura trabalhista.
Voltei a estudar, tentando trabalhar meio expediente e ficar estudando no outro, o que nem sempre foi possível em razão de audiências e volume de serviço. Em menos de três meses obtive aprovação.
O primeiro TRT que fiz foi o da Paraíba, mas perdi na prova de sentença. Tentei o TRT do CE, passei na primeira etapa e não cheguei a realizar a segunda, haja vista que a data designada para esta prova era muito próxima àquela prevista para a prova oral do TRT RN, o qual resolvi priorizar por estar em uma fase mais avançada.
Como estudou:
- montou planejamento? Sim. Tinha por meta estudar 60 páginas por turno. Se tivesse o turno da manhã livre, estudava as sessenta. Se possuísse o turno da manhã e da tarde, 120 páginas. Só parava quando atingia a meta. Não interrompia os estudos nem para atender telefonemas. A alimentação ocorria em horários pré determinados.
- fez cursinho? Fiz. Um cursinho tão logo me graduei e depois uma pós graduação que me preparou muito bem para concursos na seara trabalhista.
- estudou em grupo? Não. Sempre gostei de estudar sozinha, sublinhando com marca texto e fazendo anotações no próprio livro. Tinha por hábito ler o livro de capa a capa e dividia a semana estudando duas matérias, por exemplo, processo civil pela manhã e administrativo à tarde.
- estudava em biblioteca? Não. Sempre estudei em casa.
- estudava quantas horas por semana? Sempre fui muito disciplinada, no entanto, me guiava pela quantidade de páginas e não por horas. Evitava passar um dia inteiro sem estudar para não perder o hábito.
O que faria diferente: Como quis passar rápido (o que ocorreu, pois comecei a estudar em 2004 e obtive aprovação no concurso da PGE no mesmo ano), exagerei e não fazia sequer academia. Almoçava comidas rápidas, o que me rendeu alguns quilos a mais e aumento na taxa do colesterol… Se fosse hoje, tentaria imprimir mais descanso, disciplina alimentar e algum lazer nas rotinas de estudo.
Houve momentos de desânimo? Sim. Recordo que chorei algumas vezes em cima dos livros, perguntando se daria certo e imaginando quantos mais preparados que eu por aí existiam, no entanto, enxugava as lágrimas e continuava a leitura.
Chegou a pensar que não passaria? Muitas vezes… Nunca fui daquelas concurseiras super confiantes…
Principais dificuldades: algumas matérias sequer abordadas na faculdade, logo, tive que estudá-las pela primeira vez. A outra grande dificuldade era de ordem pessoal, meu pessimismo, falta de confiança. A família ajudou nessas horas, sem pressão e sem cobranças. Para mim, a disciplina foi o determinante para obter a aprovação.
O que fez para superar as dificuldades? Auto controle, tentei ser mais confiante e acreditei em mim. Conversei comigo mesma e com familiares…. É importante acreditar que esse é o único caminho para a aprovação e que obtê-la é apenas questão de tempo.
Contexto de aprovação
– como soube da notícia? Soube da aprovação pessoalmente, logo após a prova oral.
- onde estava? Estava no Plenário do TRT da 21ª Região.
– o que sentiu no momento em que recebeu a notícia? Vontade de chorar e gritar. Alegria incontida e logo depois um medo, um vazio: E agora??? Acabou?? Será que eu serei uma boa magistrada?
– o que fez em seguida? Voltei para João Pessoa-PB, de carro, com meus pais.
– como foi a comemoração? Não fiz comemoração específica. Fiquei em casa, com a família, em verdadeiro estado de euforia. Acredito que não fiz nenhuma festa porque residia em João Pessoa, em virtude da aprovação no concurso da PGE e todos os meus grandes amigos, da época da faculdade, moravam em Fortaleza, Ceará.
Conselho aos candidatos:
O que diria para alguém que estivesse começando a estudar para concursos e lhe pedisse um conselho? Trabalhar a autoconfiança e ter muita, mas muita disciplina. Encarar os estudos com seriedade, como se fosse um emprego, com horário de entrada, intervalo e saída.
O que diria para alguém que estivesse estudando há algum tempo e lhe pedisse um conselho? Estudar todos os dias, nem que sejam algumas horas. Procurar livros de leitura fácil, buscar identificação com o estilo de escrita do autor. Aconselho, também, a leitura de artigos da internet (de sites jurídicos), bem como acompanhar as notícias dos sites dos Tribunais Superiores.  Costumava fazer essa pesquisa na internet aos finais de semana, ou então durante algum dia na semana, no período da noite.
Fonte: Blog do Prof. Rogério Neiva

Nenhum comentário:

Postar um comentário