sábado, 15 de novembro de 2014

Polícia Civil-SP: "Precisamos de 2,5 mil investigadores" afirma sindicato

Apesar de contar com a maior oferta da última série de concursos, o cargo de investigador deve estar presente na nova série de concurso da Polícia Civil. Além de ser uma das atividades principais dentro da instituição a carreira continua a apresentar um grande déficit de servidores, mesmo após os dois últimos concursos, realizados em 2012 e 2013. O primeiro contou com uma oferta de 433 vagas, mas teve somente 365 aprovados. Já o segundo, que atualmente se encontra na fase de testes psicológicos, teve uma oferta de 1.384 vagas e ainda conta 2.378 candidatos na disputa, número que deve cair até o fim da seleção. “Destes mais de dois mil que estão no concurso creio que cerca de 1.500 sejam aprovados. Isso significa que o concurso atual não irá preencher a carência de investigadores”, analisa João Batista Rebouças da Silva Neto, presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia do estado de São Paulo (Sipesp).
Além do baixo número de contratados o sindicalista ressalta as aposentadorias como fator de aumento da carência. De acordo com ele, a redução da idade para as carreiras policiais pode elevar ainda mais a necessidade de servidores. “Hoje nós temos cerca de 2.500 investigadores em condições de se aposentar” explica Rebouças. Além das saídas previstas, o quadro de investigadores já conta com 2.422 cargos vagos, de acordo com o último levantamento funcional, publicado em abril pelo Governo de São Paulo.
A carência acaba refletindo no atendimento e na investigação policial. Dados do Sipesp indicam que de cada 100 mil inquéritos policiais, apenas 2% acabam sendo resolvidos. “Temos uma pauta e uma delas é o número de policiais em defasagem. Nós estamos com um problema de material humano” completa o presidente.
Para João Batista algumas medidas seriam suficientes para resolver os problemas da falta de investigadores, entre elas a realização de concursos anuais e regionalizados. “O modelo de concurso tem que ser regionalizado e o candidato tem que atuar na região em que escolheu” ressalta. Outra ação de destaque, segundo ele, seria a contratação de 2.500 investigadores já na próxima seleção, visando preencher as aposentadorias previstas. A terceira, e a mais importante, segundo Rebouças, está na valorização da carreira, que passa pela reestruturação da Polícia Civil. “A reestruturação seria a redução das carreiras, a valorização e o investimento no policial. E sabemos que com um bom planejamento é possível fazer isto” finaliza, destacando as medidas como fundamentais para repor o quadro e diminuir a saída de servidores para outros órgãos ou para a iniciativa privada.

 

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