quarta-feira, 30 de maio de 2012

CASO ENCERRADO – PARTE II


Se você não leu o artigo (Caso Encerrado I) do dia 14 de maio, leia, pois a de hoje é sua continuação e fechamento. O tema é sobre a utilidade de se dar um “caso” por “encerrado”. 
Vamos começar pelos casos pessoais: Separações, prejuízos, falências, traições, doença e morte são fatos corriqueiros da vida. Por mais dolorosos que seja, e são, seria imaturidade esperar que passaríamos pela vida sem sermos alcançados por esses acontecimentos. Eles simplesmente fazem parte da vida. Todo mundo passa por isso.
É preciso se lembrar que o melhor conceito de felicidade lembra que ela não decorre das circunstâncias, mas da nossa atitude diante das circunstâncias. Se você passou por situações como essa, lamento, mas... bem-vindo ao planeta, à realidade.
Fui traído muitas vezes, quebrei negócios por culpa minha, por culpa de sócios, por culpa do governo, minha mãe morreu de câncer, não realizei muitos de meus sonhos... é, eu também coleciono revezes. E você? Mas sei que ficar parado se lamentando não adianta, é preciso, como se diz, “levantar, sacudir a poeira e seguir em frente”. Em resumo, amigo, não adianta ficar se lamentando ou “chorando sobre o leite derramado”.
No caso das provas, todos os exemplos dados na semana passada fazem parte do chamado “sistema do concurso público”. Por mais que a Administração Pública, o MP, O Judiciário, a Imprensa, a sociedade procure melhorar o sistema, sempre haverá falhas. A solução sempre é continuar estudando, fazendo as provas, se aperfeiçoando e seguindo em frente. Sempre haverá vaga para quem faz isso, para quem “fica na fila”, para quem faz sua parte.
Em meu livro “A Arte da Guerra para Provas e Concursos” digo que “o único concurso onde você não pode ser reprovado é o último que você for fazer”, em um dos meus mantras reforço ainda que “concurso não se faz para passar, mas até passar”, e que “a dor é temporária, mas o cargo é para sempre”.
No caso dos concursos adiados, por exemplo, serão beneficiados os que, não se deixando desestimular, continuarem estudando com seriedade e regularidade. Quando o concurso chegar eles serão os que estarão mais bem preparados, lá na frente da “fila”.
As reprovações e até mesmo algumas injustiças fazem parte do percurso dos concursos públicos. A aprovação, nomeação e posse para quem for até o fim, idem. O que se deve fazer no caso de uma decepção – uma eventual reprovação ou uma classificação ruim – é encerrar este capítulo e continuar os estudos. Da prova passada leve apenas a experiência para a próxima! Deixe de lado a frustração e o desânimo.
Não desperdice energia emocional, psíquica, com o que já passou e não volta mais. Para sua vida melhorar, junte o que tem hoje (no agora, não no ontem) e vá em direção ao futuro.
Aprenda com o passado, seja grato por ele e também pelo que tem hoje. Todas as perdas e dificuldades são grandes professores que podem ensinar como agir melhor no futuro.
A vida “é como um vapor que aparece por um pouco e logo desaparece”. Por isso mesmo, crie um carimbo mental de “caso encerrado” para usar quando for necessário. Eu não sei onde você precisa bater esse carimbo... mas você sabe.
Encerre alguns “casos” para ter tempo e energia para cuidar da sua vida e do seu futuro.
Vou citar mais um pouco do livro:

“ ‘Agora, há uma coisa engraçada com essa idéia de encerrar o caso. Quando você está em um tribunal e em algum momento o juiz diz ‘caso encerrado’, isso não significa que o caso deixa de existir. Ainda existirá um registro dele nos livros. Mas o que irá acontecer é que não continuaremos tratando desse caso especificamente. Encerrado não significa que todas as partes envolvidas concordem com a resolução. Tampouco significa que não ocorreu um crime.’ Quando o juiz encerra o caso, é porque não haverá mais processo a partir desse ponto. ‘Acabou’, insistiu ela.
Queremos construir visando ao sucesso ou persistir no conflito? Em qual dessas escolhas as pessoas extraordinariamente bem-sucedidas investem no longo prazo? Será que elas passam seus dias comprometidas a criar conflitos feitos para durar, ou um sucesso feito para durar? Quando nos dispomos a deixar algo para trás, o ciclo é quebrado e ganhamos a liberdade. Caso encerrado.
‘O que isso exige, na maior parte das vezes, é que deixemos para lá a história do que aconteceu e nossa ligação com ela. De fato, quando deixamos tudo para rãs, partimos livres para o futuro. Compreendemos que somos maiores do que aquilo que nos aconteceu’, sustenta a reverenda.”

Se você tiver alguma situação na qual essa conversa for aplicável ou útil, por favor escreva para mim. Não publico historias de ninguém sem autorização, não se preocupe. Quem quiser compartilhar suas experiências, avise; quem não quiser, eu manterei sigilo, lerei o que for escrito e estarei orando para que Deus te abençoe. Utilize o meu site ou minha comunidade no Orkut, ok?
Em conclusão, ao criar o carimbo mental do “caso encerrado” e utilizá-lo, você estará se ajudando. Como aponto em meu livro “Como Passar em Provas e Concursos”, você deve aproveitar seu aliados, afinal, ninguém vence sozinho. E o seu principal aliado é você mesmo! Conhecer-se é fundamental para adequar-se à rotina de estudos. Muitas vezes, será preciso abrir mão de festas, hábitos e excesso de contato com amigos, o que também pode ser uma hipótese de “dar casos por encerrado”. Tenha um limite saudável para o lazer e o que passar disso é ... “caso encerrado”.
Se quiser, converse abertamente com seu cônjuge e/ou sua família sobre seus planos, sobre como o apoio deles pode ser importante para você. Além disso, encerre alguns assuntos e toque a vida para frente.
O budismo cita o princípio do vácuo, onde é preciso criar espaço para que coisas novas surjam. Para isso, é preciso jogar fora aquilo que é “velho”. A Bíblia também usa uma metáfora, a das roupas: “quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; E vos renoveis no espírito da vossa mente; E vos revistais do novo homem (...)” (Efésios 4:22-24). Jesus chegou a dizer que não se coloca vinho novo em odres velhos. Um novo tempo precisa de um novo espaço, roupa, acondicionamento, atitude.
Sugiro, portanto, como fiz semana passada, que você crie espaço para as coisas novas, que se liberte do passado e comece a apreciar melhor o presente e a semear melhor o futuro. O carimbo de “caso encerrado” não deve tirar o “caso encerrado” do seu arquivo de vida e de aprendizado, mas pelo menos o tira da mesa de trabalho. É como uma carga que você deixa de levar sobre seus ombros.

Limpe a “mesa”, fique mais leve e boa sorte, sempre.
Com abraço,
William Douglas


*William Douglas é juiz federal, professor universitário, palestrante e autor de mais de 30 obras, dentre elas o best-seller “Como passar em provas e concursos” – www.williamdouglas.com.br.

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