quinta-feira, 13 de junho de 2013

PRF: Saiu edital com mil vagas para policial: R$6.479. Prazo abre dia 24

Conforme antecipado pela FOLHA DIRIGIDA, foi publicado no Diário Oficial da União desta quarta, 12 de junho, o edital do aguardado concurso da Polícia Rodoviária Federal (PRF), com oferta de mil vagas de policial rodoviário federal - sendo 50 delas reservadas a deficientes. Para ingressar no cargo é necessário possuir o ensino superior completo em qualquer área e a carteira nacional de habilitação, na categoria B ou superior. A remuneração inicial é de R$6.479,81, atualmente (incluindo o auxílio-alimentação, de R$373), mas já há reajuste acertado com o governo para janeiro de 2014, aumentando o valor para R$6.791,25 (com o auxílio). O acerto prevê novo reajuste em janeiro de 2015, com a remuneração inicial passando para R$7.092,91 (também com o auxílio de R$373).
As inscrições estarão abertas a partir das 10h do dia 24 de junho, com atendimento aos interessados até 8 de julho, no site do Cespe/UnB, organizador da seleção. A taxa é de R$150. O concurso terá duas etapas. A primeira, com cinco fases, terá início com as provas objetivas e discursivas, que serão aplicadas no dia 11 de agosto, em todas as capitais brasileiras, além do Distrito Federal. Os aprovados passarão, ainda, por teste físico, exames de saúde, avaliação psicológica e de títulos, esta última uma novidade em provas da PRF, conforme já havia sido antecipado a FOLHA DIRIGIDA. A segunda etapa do concurso será o curso de Curso de Formação Profissional, com duração de aproximadamente três meses. No curso de formação, os candidatos terão aulas de abordagem e tiro, direitos humanos, ética, defesa policial e fiscalização de trânsito, entre outras. 
Os novos policiais rodoviários federais serão lotados, preferencialmente, nas regiões de fronteira, após remanejamento dos policiais mais antigos. O departamento espera contar com os novos policiais para a Copa do Mundo, que será disputada de junho a julho do ano que vem. A lotação dos novos policiais rodoviários federais, assim como a dos policiais federais, nas regiões de fronteira é uma política que vem sendo adotada pelo governo federal desde a implementação, em 2011, do Plano Estratégico de Fronteiras, de combate à criminalidade nessa faixa do território brasileiro. No último concurso aberto pela PRF, em 2009, as vagas foram distribuídas por praticamente todos os estados, com os candidatos devendo optar já no ato da inscrição, pelas vagas de qual deles desejavam concorrer.
Para este novo concurso de mil vagas, o departamento informou que não haverá tal distribuição, e que as vagas serão ocupadas, prioritariamente, nas regiões de fronteira, que abrangem 11 estados, sendo seis na região Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima), dois no Centro-Oeste (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) e três na região Sul (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina). Será dada, no entanto, a possibilidade de o selecionado escolher, conforme a sua classificação, entre as vagas que serão disponibilizadas pela PRF, após o remanejamento interno dos policiais que já estão no órgão. O prazo de validade do concurso será de um ano, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período.
 
Serviço
 

Seleção apresenta mudanças no conteúdo de disciplinas

O concurso para policial rodoviário federal deste ano trouxe algumas mudanças, como a inclusão de avaliação de títulos, apenas classificatório, e o maior rigor nos testes físicos, como já havia sido antecipado pela FOLHA DIRIGIDA. Além de índices mínimos mais elevados, o exame de capacidade física nesta oportunidade inclui também teste de flexão abdominal. Com relação ao conteúdo programático, foram excluídos Direito Civil e Primeiros Socorros, cobrados no concurso de 2009, como também FOLHA DIRIGIDA antecipou. Física, temida por muitos, foi mantida, restringindo o contéudo àquele aplicado à perícia de acidentes de trânsito. Como novidade surge Ética no Serviço Pùblico.
A seleção dos novos policiais terá inicio com provas objetivas e discursiva, previstas para o dia 11 de agosto (turno da manhã), sendo aplicadas em todas as capitais do país, além do DF. O exame objetivo será composto por 120 itens para serem classificados como certo (C) ou errado (E). Será atribuído um ponto positivo para cada resposta correta, um ponto negativo para cada resposta incorreta. Aos itens sem resposta ou com marcação dupla (C e E) não será atribuída nenhuma pontuação. Serão corrigidas as discursivas apenas dos candidatos que conquistarem os mínimos de dez pontos na prova objetiva de Conhecimentos Básicos, 21 pontos na de Conhecimentos Específicos e 36 no conjunto das provas, além de se classificarem em até cinco vezes o número de vagas. A discursiva valerá 20 pontos, sendo necessário obter, no mínimo, dez para ser aprovado. Além das provas escritas, dos testes físicos e da avaliação de títulos, o concurso prevê avaliações de saúde e psicológica, investigação social e curso de formação profissional.
 
 
Trabalho nas áreas de fronteira gera grande aprendizado 
O novo concurso da Polícia Rodoviária Federal é baseado no projeto de Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (Enafron), que indica que a lotação inicial dos futuros policiais seja feita nas fronteiras do país. Porém, após um tempo determinado de serviço, os policiais podem solicitar a transferência, para atuar em suas cidades de origem. O policial rodoviário Ronaldo Bandeira, de 26 anos, que atua na região de Altamira, na fronteira do Pará com a Bolívia, comentou a importância do trabalho desempenhado nas divisas e julga como fundamental o aprendizado nestes locais. “É uma experiência pela qual todo policial rodoviário tem que passar, porque nos grandes centros urbanos, a principal abordagem é administrativa, com infração de trânsito. Mas, na fronteira, o policial tem o prazer de evitar o tráfico de drogas, o tráfico de pessoas, de armas e viver uma realidade totalmente diferente, que é imprescindível para a carreira dele. É lá que acontece a primeira abordagem para impedir que essas drogas cheguem às capitais e destruam a vida de pessoas”, relata.
Fora do serviço, Ronaldo diz que os policiais são respeitados e andam pela cidade fardados com tranquilidade, mas é um desafio lidar com a pobreza e a falta de saneamento básico nas cidades. Para o policial Diogo Castelo, de 23 anos, que já retornou ao Rio de Janeiro depois de atuar nas divisas, o trabalho desempenhado nas fronteiras contribuiu para o exercício da função atualmente, pois adquiriu experiência com vários tipos de apreensões. Apesar da condição de vida diferente das capitais, há policiais que preferem ficar nas fronteiras. Com o custo de vida, em geral, menor do que nos centros urbanos, as pessoas acabam se acostumando com uma nova rotina, formam família e se adaptam com um ambiente mais calmo, que proporciona paz, diferentemente das grandes cidades. Para Bandeira, para ingressar na PRF, o policial tem que querer combater às infrações, desde um caso de trânsito até o tráfico de drogas. “Antes de o candidato pensar na remuneração, ele tem que amar aquela profissão, e eu amo o que faço. Fui do Colégio Naval, passei pelo Detran, para a EPCAr, para o Colégio Militar, mas larguei tudo para realizar o meu sonho de atuar na Polícia Rodoviária Federal”, ressalta.

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