domingo, 25 de novembro de 2012

UM CAMINHO PARA O SUCESSO NOS CONCURSOS PÚBLICOS E PROVA DA OAB


Caríssimo(a) amigo(a) concurseiro(a).


Como em uma conversa informal não tenho a pretensão de escrever um rebuscado artigo, sequer pretendo que ele tenha ares de formalidade. Esqueça-se disso! Escrevo para você que está na caminhada dos concursos ou na preparação para a prova da OAB, objetivando com essas palavras proporcionar mais um auxílio no seu propósito de ser aprovado no concurso almejado. Portanto, peço desculpas pela informalidade e, como um amigo, espero contribuir com algumas dicas acerca do que deu certo para minhas aprovações – que não foram poucas – em razoável espaço de tempo. Vamos lá!
O que escrevo aqui não tem o objetivo de ser verdade absoluta. Não apresentarei um esquema matemático, uma fórmula mágica (isso não existe em matéria de concurso). Apenas tenho a pretensão de mostrar um caminho para que você reflita sobre suas táticas, métodos, esquemas, enfim, a maneira como você estuda e se comporta para ser aprovado.
Seu objetivo é ser aprovado, não é? Então o que você faz para isso? Já traçou uma meta e prazo a serem cumpridos? Você sonha com o cargo que quer ocupar? Se sim, o que você faz na prática para chegar lá? Cumpre com sua meta e prazo apesar dos problemas da vida - que nós todos temos - ou sempre tem uma desculpa para postergar o que estabeleceu para você?
Pois é, passar em concurso não é fácil! E não pense você que para alguns seja mais tranquilo do que para outros. Não se iluda com esse pensamento! Durante minha caminhada ouvia muitas desculpas, como por exemplo: trabalho o dia todo e chego cansado; tenho família e não me sobra tempo; não tenho dinheiro para pagar um cursinho; não tenho livros; não gosto de tal matéria, entre tantas outras para uma letargia injustificada. Porém uma coisa estava bem definida e tinha como dogma em minha cabeça: também tenho meus percalços como qualquer ser humano, mas cumprirei minha meta e meu prazo porque meu sonho tem que se tornar realidade.
Encarava essa situação como a síndrome do “coitadinho” e não me permitia proporcionar esse sentimento. E posso afirmar que tanto no meu caso, como em outros exemplos que conheci esta síndrome não afetava o cumprimento da meta e do prazo. Por quê? Simples. Sonhava ocupar o cargo pretendido e apesar de todos os empecilhos não deixava um minuto só de me policiar na organização estabelecida para cumprir minha meta e meu prazo. Você acha que a totalidade dos aprovados não agia assim?
Uma coisa é certa: sem transpiração não se chega onde quer. Suar a camisa para quem quer passar em concurso é dedicação, esforço, renúncia, aliado a um bom planejamento. Esforço sem planejar é a mesma coisa que nada. Adianta ler tratados e tratados se você não domina o “beabá”, o que é importante para atuar na profissão desejada. Aliás, você quer ser o que? Já se perguntou isso? Conheci pessoas que queriam ser tudo no mundo dos concursos e ficavam que nem biruta de aeroporto, ora faziam um concurso para uma carreira, ora para outra e assim por diante. Moral da história: ou não eram aprovados em nada ou a aprovação era muito demorada. Imagina o esforço: editais diferentes, conteúdos diferentes, algumas vezes sem qualquer afinidade de matérias e de enfoque das bancas examinadoras. Com certeza o concurseiro assim poderá até dominar muita coisa, mas seu suor para ser aprovado será bem maior, não tenha dúvida. Se você for desses e não ligar para a quantidade do seu suor, siga seu caminho até a aprovação e não fique no time dos não aprovados.
Minha histórica começa no final da faculdade. Sou filho de um caminhoneiro e de uma dona de casa. Recursos financeiros nunca foram os melhores em casa e como na grande maioria das famílias brasileiras meus pais proporcionaram o que era possível – para não dizer o impossível - para minha formação. Cursei com muita dificuldade financeira uma faculdade particular (Universidade Católica Dom Bosco), na minha querida terra natal, Campo Grande/MS. Durante dois anos a carona amiga me ajudou no trajeto casa-universidade. Quando não tive carona não restou outra solução senão a “magrela” – jeito carinhoso para me referir a minha bicicleta – para fazer o trajeto. Pense você, meu amigo concurseiro numa subida íngreme para chegar à universidade! Pois é, todos os dias da semana eram 05 km para ir e 05 km para voltar, durante quase dois anos, até adquirir uma moto. Quantas vezes sequei o corpo com uma toalha no banheiro da universidade porque não tinha como pedalar aquela “magrela” sem ficar todo suado. Livros naquela época nem pensar! Não havia dinheiro para isso, então o jeito era emprestar da biblioteca da faculdade, por sinal à época muito boa.
Não pense você que minha história seja singular e única. Existem várias outras assim. Pessoas que lutam até conseguir o que desejam.
Se não bastasse isso, regra geral quando você está prestes a se formar surge uma síndrome terrível. Você tem o “canudo” nas mãos e não tem a mínima ideia do que fará, sem contar que já sabe que enfrentará a prova da OAB para exercer a advocacia. Aliás, mais um concurso na nossa vida.
No meu caso queria ser juiz. Sonhei com isso durante a faculdade e já tinha meus planos para atingir esse objetivo. Mas aí tinha um problema: em família com condições financeiras modestas não é possível se dar o luxo de não trabalhar. Como explicar isso para alguém que olha uma pessoa supostamente formada para o mercado de trabalho e que ainda não se inseriu nele. Pois é, sei que muitos de vocês já sentiram ou sentem isso também. Os outros olham para você com aquela análise crítica para dizer: você se formou e ainda está estudando? Para quem está em cursinho preparatório há algum tempo olham e dizem: este estuda, estuda, e não passa em nada! Não ligue para isso que sua hora chegará e você mostrará que a caminhada foi dura, mas as pedras ficaram pelo caminho sem lhe derrubar.
E, como dizia um amigo, ninguém vê sua solidão e angústia para conseguir o sonho que almeja. Depois da aprovação não se lembram do que teve que passar, salvo os mais próximos. De qualquer forma, uma coisa é certa: ao ser aprovado a alegria e glória são imensas que todos esses aspectos serão lembranças positivas, sinais de fortalecimento e amadurecimento pessoal.
Como diz o ditado popular: “ninguém vê os tombos que eu levo, só as pingas que eu bebo” ou “não há rosa sem espinhos”. Pois é, só que você amigo concurseiro é perseverante e obstinado em realizar seu sonho. Fui assim também. Esqueci-me de tudo isso, do que os outros pensavam, tracei um objetivo e enfiei literalmente a cara nos estudos.
Por isso, humildemente lanço aqui algumas lições (redigirei outras logo) e espero que ajude você em sua preparação para os concursos públicos e OAB.
1 – Planeje sua vida com antecedência e de acordo com seu sonho de aprovação. Coloque em prática o que você traçou para um determinado período (sugiro prazo mínimo de 06 meses e máximo de um ano para uma nova reflexão e reavaliação do seu projeto de vida). Estabeleça seus horários em uma planilha e cumpra à risca em cada período as atividades que estabeleceu (refeições, trabalho, lazer, descanso etc). Não estabeleça horários de estudo que não terá como cumprir. Escolha um local de estudo que lhe proporcione concentração. Não perca tempo com atividades que podem ser retiradas de sua rotina durante esse planejamento (lembre-se que não é um planejamento para a vida toda, mas somente até sua aprovação e você pode encurtar os horários de televisão, passeio, viagens, academia, barzinho, boate etc., sem precisar ser radical, bastando que se organize). 
2 - Depois do planejamento definido encaixe as matérias nos horários disponíveis para estudo. Comece seus estudos lendo resumos, sinopses e lei seca. Esquematize seu plano de estudo com períodos mais elásticos para as principais disciplinas – a espinha dorsal para a maioria dos concursos - (constitucional, administrativo, penal, processo penal, civil e processo civil) e depois acomode as específicas (empresarial, tributário, eleitoral, ambiental, leis especiais etc.). Escolha livros voltados para concurso e que sejam mais objetivos, sem pecar pela falta de informações relevantes, em que a leitura seja do seu agrado (hoje isso é plenamente possível porque você pode ler partes na livraria ou na internet antes de comprar). Leia estes livros até o fim e repita a leitura pelo menos mais uma vez das partes que você grifou (isso mesmo, das partes grifadas, se não seria verdadeira burrice ler novamente o que não interessa). Não perca tempo com anotações ou fazendo resumo do resumo (para isso você já comprou uma sinopse ou resumo). Tenha um bom código atualizado. Leia a lei seca. Como alternativa, se tiver condições financeiras, faça um curso preparatório para concursos (geral ou específico para o concurso desejado).
3 – Dependendo do concurso, formada a base de conhecimento geral das matérias, comece a ler livros de doutrina das matérias cobradas nos concursos. Estabeleça um novo plano de estudo para a leitura destes livros. Escolha livros de doutrinadores conhecidos. Privilegie aqueles em que o doutrinador não tenha posições pessoais extremadas (livro bom para concurso é aquele que apresenta as divergências existentes e informa o entendimento dominante). Escolha a sua coleção básica de livros e não fique mudando a toda hora. Estabeleça uma rotina de leitura e quantidade de páginas a serem lidas conforme seus horários de estudo. Escolha livros que mantenham uma proporcionalidade adequada entre quantidade de páginasxconteúdo (lembre que o tempo corre contra você e não dá para ler volumes e volumes de uma mesma matéria). Escolha livros em que a leitura seja do seu agrado (não adianta escolher um livro em que a leitura é cansativa). 
4 - Prepare-se para a prova objetiva nos dias que a antecede (sugiro a leitura do código seco e de jurisprudência uma semana antes da prova). Leia aquelas leis que você não teve tempo de estudar ou que não esteja tão seguro sobre seus detalhes. Responda questões de prova como forma complementar de estudo. Enfoque as matérias cobradas no conteúdo programático conforme a banca examinadora ou empresa organizadora do concurso (é lógico que em prova da organizadora cespe você terá que dar uma atenção para a leitura de jurisprudência dos tribunais superiores). Atente-se para a forma de abordagem das questões na hora da prova (os enfoques são diferentes se você faz uma prova para oab e outra para o ministério público). A primeira impressão na hora da prova é a que fica, salvo algum equívoco flagrante durante as respostas. Controle seu tempo e tenha organização na transcrição do gabarito. Inicie pelas matérias que se sinta mais confortável. Confie em si mesmo no decorrer da prova.
5 – Não se mate pensando que estudará tudo em um dia. Conheça os limites de seu corpo e saiba que cada um tem uma particularidade pessoal. Isso não significa que você não exigirá ao máximo quando sentar para estudar. Em média ninguém consegue manter a concentração por horas e horas sem um tempo para descanso. Não tenha receio de dormir o suficiente para recuperar suas energias para o dia seguinte. Dormir o suficiente não é o mesmo que hibernar (afinal você está se preparando para uma prova). O sono é reparador e alimenta seu corpo e cérebro para o dia seguinte. Crie intervalos entre os horários de estudo para tomar uma água, um café ou comer. Esses intervalos devem ser rápidos (no máximo 15 minutos).  
Por enquanto, meus amigos concurseiros, essas são minhas singelas dicas para seu estudo, seja diário, semanal ou aos finais de semana. Espero concluir até o final do ano um livro que estou escrevendo sobre minha trajetória para explicar de forma mais detalhada como estudei para concursos.
Não sei se você percebeu, mas um detalhe é essencial para quem procura ser aprovado: ORGANIZAÇÃO e DEDICAÇÃO.
Na teoria, de forma fácil e direta, os mais determinados logram êxito e são aprovados nos concursos que almejam. Seu caso não será diferente, pois quem acredita sempre alcança.

Boa sorte e conte comigo em sua caminhada.




Ricardo Damasceno de Almeida: Juiz Federal Substituto do Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Ex-Juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Ex-Juiz de Direito Substituto do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins. Ex-Delegado de Polícia do Distrito Federal e Territórios. Ex-Delegado de Polícia do Estado de Goiás. Aprovado na OAB/MS. Pós-Graduado Lato Sensu em Direito Processual Civil pela Universidade Anhanguera-Uniderp.




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