terça-feira, 13 de agosto de 2013

O Jeito Certo e o Errado de Estudar para Concurso

Recentemente, estava assistindo uma aula sobre educação inclusiva e psicopatologias e enquanto a professora iniciava abordando o tema das psicopatologias que comprometiam o desenvolvimento intelectual e cognitivo, tratando do conceito de normalidade, a interrompi para questionar discutir o referido conceito. Tive como resposta a ideia de que normalidade envolveria todas as situações nas quais não há comprometimentos funcionais, isto é, a pessoa faz tudo, principalmente em termos intelectuais, sem prejuízos. Em seguida, de modo a complementar a explicação, a minha interlocutora avançou para sustentar o conceito de subjetividade, no sentido de que um critério importante para avaliar a existência ou não de um cenário de normalidadeseria o resultado e a eficácia, isto é, resumindo, se o jeito da pessoa estudar ou desenvolver atividades intelectuais em geral funciona, estando tudo dando certo, estaria configurada uma situação de normalidade.   
Daí comecei a desenvolver uma reflexão de grande aplicação e importância ao universo e contexto da preparação para concursos públicos, o que envolve o certo e o errado no jeito de cada um estudar.
Em tese, existem varias idéias sobre a melhor, e presumidamente correta, forma de estudar, as quais podem ter sido concebidas de maneira intuitiva ou de maneira mais elaborada e científica. Ou seja, existem conceitos e definições sobre o que seria certo e o que seria errado sobre como estudar para concursos públicos.
Porém, pode ser que fazendo aquilo que é tido como certo o candidato não tenha resultado e, por outro lado, fazendo o que é tido como errado, o candidato tenha resultado.
Ou seja, este é o ponto: o certo deve ser tido como tal a partir da eficácia, isto é, do resultado. Assim, se um candidato estuda de maneira tida por correta mas não tem resultado, não se pode considerar esta forma de estudar como correta.
Mas daí surgem três relevantes questões a serem consideradas. Primeiramente, o certo deve ser tido como certo a partir do resultado, ou seja, se você faz o certo, mas não tem resultado é porque está errado. O segundo aspecto é que, portanto, fazendo o errado e tendo resultado, neste caso, aquilo que é tido como errado seria o certo. Contudo, o terceiro aspecto a ser considerado é que é preciso avaliar se o candidato que faz o “errado” e tem resultado, caso fizesse o certo, teria melhor resultado do que tem fazendo o teoricamente errado.
Um exemplo prático de situações nas quais se pode discutir o certo e o errado, seria aquela do candidato que estuda num local com muitos estímulos ambientais, como por exemplo o barulho e movimento de pessoas, e considera que consegue estudar adequadamente. O mesmo valeria para aquele que estuda em casa, onde geralmente há diversos fatores de desconcentração, como telefone fixo, geladeira, facilidade de acesso à interet, TV, vizinhos, familiares, cachorro, etc…
No entanto, nesta mesma reflexão, um aspecto importante a ser considerado trata-se do efeito placebo, o qual goste ou não pode existir. Por conta disto é preciso ter muito cuidado com as formulas mágicas e soluções universalizantes e sem fundamento científico, geralmente apresentada pelos “especialistas” em preparação para concursos (sem especialização). A título de exemplificação do efeito placebo, vale lembrar que recentemente foi publicada dissertação de mestrado na Unifesp, comprovando a existência do efeito placebo quanto ao uso da ritalina (clique aqui para ler Ritalina não Aumenta a Inteligência).
Além das considerações colocadas, há outros dois critérios a serem avaliados, inclusive para identificar o certo e o errado. Dentre estes, um primeiro merecedor de destaque seria a questão dos estilos de aprendizagem e o segundo consiste na importância da cronobiologia.
Os estilos de aprendizagem se referem a como tendemos predominantemente a processar os estímulos e informações com os quais temos contato. Em tese há quatro estilos, que correspondem ao reflexivo, teórico, ativo e pragmático. E este conceito não se confunde com osestilos cognitivos, que envolvem como captamos as informações e correspondem ao auditivo, visual e cinestésico. (para saber um pouco mais clique aqui e veja Os Estilos de Aprendizagem e o Estudo para Concursos).
Quanto à cronobiologiaprecisamos compreender que temos fluxos cronobiológicos que podem impactar nos nossos estudos. A melhor hora para estudar do ponto de vista da nossa disponibilidade, pode não ser a melhor hora em termos cronobiológicos (clique aqui para ler Aproveitamento do Tempo de Estudo e Cronobiologia).
A grande conclusão é que ao tratarmos de como estudar, diferentemente do que muitos “especialistas” (sem especialização) em preparação para concursos profetizam, não há fórmula universal. E assim, precisamos respeitar a noção de subjetividade, isto é, as particularidades de cada um. Por outro lado, isto não afasta a necessidade de avaliar a eficiência e eficácia dos caminhos que adotamos.
Bom estudo, do jeito mais eficiente e eficaz!
 

Prof. Rogerio Neiva:

  • Juiz do Trabalho desde 2002
  • Procurador de Estado de junho de 1999 a agosto de 2000
  • Advogado da União (AGU) de março de 2001 a agosto de 2002
  • Professor Universitário (graduação) – desde de 2000
  • Professor de Cursos Preparatórios para Concursos – desde 2000
  • Pisocopedagogo com pós graduação latu sensu em psicopedagogia clínica e institucional
  • Pós Graduado latu sensu em Direito Público – UDF
  • Pós Graduado em Administração Financeira – FGV
  • Pós Graduando em Neuroaprendizagem
  • Desenvolve orientação voltada à preparação para concursos públicos, a partir de abordagem empírica e científica, trabalhando com três eixos conceituais: Planejamento, Aprendizagem e Gestão Emocional
  • Vice-Coordenador da Escola da Magistratura do Trabalho da 10ª Região – Gestão 2005/2007 e 2009/2011
  • Membro da Comissão do Conselho Nacional de Justiça instituída para estudos sobre a Emenda Constitucional 62
  • Criador do SISTEMA TUCTOR 

Autor dos Livros:

  • Como se preparar para Concursos Públicos com Alto Rendimento “; Ed Método; 2010;
  • “Concursos Públicos e Exames Oficiais: Preparação Estratégica, Eficiente e Racional”; Ed Atlas; 2009;
  • “Temas de Direito do Trabalho aplicado à Administração Pública e a Fazenda Pública no Processo do Trabalho”; Ed Fortium, 2005;


  
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Os nobres Guerreiros, poderão deixar perguntas em comentários aqui no "BLOG CONCURSEIRO GUERREIRO" ou se preferirem podem envia-las para o e-mail: concurseiroguerreiro@hotmail.com - destas selecionaremos uma para produção de um texto escrito pelo próprio Dr. Rogerio Neiva. Avante Guerreiros! DEUS É GRANDE!

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