A organizadora do concurso para o
Departamento de Trânsito do Rio de Janeiro (Detran-RJ), Makiyama, já
apresentou à autarquia propostas de cronograma do concurso. Agora, falta
apenas o Detran dar uma resposta para que as datas sejam divulgadas. A
organizadora confirmou que o edital será publicado ainda este mês. Caso
isso realmente aconteça, as provas serão aplicadas em julho. A taxa de
inscrição já está definida: R$10,39. Também está confirmado que haverá
duas novidades no concurso. Uma delas será a aplicação de uma redação,
no mesmo dia da prova objetiva, para todos os cargos. A outra será a
inclusão de Inglês, também destinada a todas as funções, disciplina que,
na última seleção, realizada em 2009, já havia sido cobrada apenas para
assistente técnico de informática. Segundo a organizadora, é possível
que o candidato possa optar por Espanhol, mas isso ainda será definido
pelo Detran.
Serão oferecidas 800 vagas de
assistente técnico, carreira que exige o nível médio. Do total, 430 são
para assistente técnico de trânsito, 112 para assistente técnico
administrativo, 222 para assistente técnico de identificação civil e 36
para assistente técnico de informática. A remuneração é de R$1.814,01
(R$1.550,01 de ganhos iniciais e R$264 de vale-refeição), para carga de
trabalho de 40 horas semanais. Os aprovados serão convocados de forma
escalonada, de acordo com determinação da Secretaria de Planejamento e
Gestão (Seplag). Portanto, primeiramente, serão chamados os 400 melhores
colocados, de forma imeadiata, ainda este ano e, em seguida, os outros
400 aprovados, somente no ano que vem.
Quem pretende concorrer a uma das
vagas já deve intensificar os estudos. A seleção de 2009, a primeira da
história do departamento destinada ao nível médio, pode ser utilizada
como fonte de estudo. Na ocasião, os candidatos passaram por uma prova
objetiva, com 60 questões, sendo dez da disciplina de Língua Portuguesa,
dez de Legislação de Trânsito, dez de Noções de Informática e 30 de
Conhecimentos Específicos, cujos conteúdos variavam de acordo com a
função. Segundo o edital de pregão eletrônico para a escolha da
organizadora, as provas serão aplicadas no Rio de Janeiro, Niterói, Nova
Iguaçu, Campos dos Goytacazes, Volta Redonda, Angra dos Reis,
Teresópolis e Cabo Frio. Os selecionados serão contratados sob o regime
estatutário, que garante estabilidade.
Candidatos pedem a retirada do Inglês
A inclusão de Língua Inglesa, para
todos os cargos, no concurso do Detran-RJ é motivo de preocupação para
os futuros candidatos, que fazem um apelo à autarquia para que o idioma
não seja cobrado na seleção. O fato de as funções serem de nível médio, o
pouco conhecimento da maioria dos candidatos na língua e a falta de
utilização dela no cotidiano das funções foram as principais
justificativas dos participantes para a retirada da disciplina no
concurso. Na última seleção do Detran, em 2009, Inglês foi cobrado
apenas na prova de assistente técnico de informática. Este ano, a
disciplina será obrigatória para as funções de assistente técnico
administrativo, de identificação civil, de informática e de trânsito.
O presidente do Detran, Fernando
Avelino, explicou que o objetivo da medida é melhorar a qualidade da
prestação do serviço para a população do Estado do Rio de Janeiro.
Porém, os candidatos não acreditam que haja necessidade de incluir a
disciplina para todos os cargos. Carla Rodrigues, analista de projetos,
é bacharel em Português e Inglês e vai se candidatar ao cargo de
assistente técnico administrativo. Segundo ela, a função não deveria
exigir a disciplina. “Eu não acho que, no dia a dia, as pessoas que
forem selecionadas para o cargo vão usar o Inglês. Raras serão as vezes
em que elas vão atender alguém que realmente fale o idioma. Para mim,
vai ser um diferencial na prova, mas eu acho um absurdo a cobrança. Só
seria admissível a cobrança da língua para um cargo de analista ou de
coordenador, por exemplo, que são funções com maior probabilidade de
utilizá-la”, afirma a analista.
Carla destacou que a maioria das
pessoas aprendeu Inglês apenas no colégio. De acordo com ela, isso pode
atrapalhar muitos candidatos no exame, já que o ensino desse idioma nas
escolas, principalmente nas públicas, ainda é muito deficiente.
“Acredito que, independentemente do nível cobrado na avaliação, essas
pessoas vão ter dificuldade na hora de fazer a prova. O Inglês delas,
certamente, é muito básico”, ressaltou. Lorena Gomes, funcionária de uma
companhia de energia elétrica, também vai se candidatar ao concurso.
Com a inclusão da disciplina, Lorena vai ter mais gastos com os estudos,
pois vai ter que dar continuidade ao curso de Inglês. Para ela, por ser
de nível médio, o cargo não deveria exigir essa qualificação. “Muitas
pessoas vão participar da seleção e não fizeram curso de Inglês, o que
vai prejudicar a nota delas na prova. Além disso, muitos candidatos são
mais velhos e já estudaram isso há tanto tempo, que não se lembram
mais”, acrescenta.
O fato de ser a primeira vez em que a
disciplina é cobrada assusta o estudante de Direito Sebastião Lisboa.
“Fomos pegos de surpresa. Eu já me formei no curso, mas faz tempo que
não me comunico nessa língua. Estou preocupado, nunca fiz nenhum
concurso com prova de Inglês e não sei como vai ser a cobrança“, comenta
o estudante.Frequentadora do mesmo curso preparatório de Lisboa,
Andreia Rosa também comentou sobre a novidade. “Faltando pouco tempo
para sair o edital, a disciplina é incluída e até agora eu não entendi o
porquê, já que ela não foi cobrada na última seleção. Se ela não era
exigida antes e os candidatos estavam aptos para os cargos, não vejo
necessidade de ela ser cobrada agora.”
FONTE: FOLHA DIRIGIDA
FONTE: FOLHA DIRIGIDA
Nenhum comentário:
Postar um comentário